domingo, 14 de setembro de 2008

A Abrupta Despedida

Despedida quase nunca é bom, mas as vezes ela pode ser pior, quando não é cultivada, quando não é premeditada afinal, a vida é uma eterna despedida, despedida dos amigos de infância, do colégio, da faculdade, do ano, enfim, como diz a música de toquinho: "Hoje estamos nós em cena, e não há tempo a perder, pois tudo acaba mesmo sempre em despedida". Mas existe aquela que mais dói, acho que é uma dor ao quadrado, que é a despedida abrupta, a não esperada, aquela que a gente até sabe que ia chegar, mas não esperava que fosse assim tão cedo, e ela pode ser simplesmente por uma mera decepção, pode vir através de uma visão, de uma constatação, e a perspectiva do nunca mais deixa um vazio tão grande, quase maior que a gente, um vazio, uma lacuna que parece que nos engole, como um buraco. O nunca é uma palavra muito difícil de se assimilar, o nunca é pesado, é exigente, machuca. O nunca faz parte das várias contradições da vida, porque não permite transformação, não permite bis, não permite erro, só contém fato, realidade.

Um comentário:

  1. Sim, amiga. Eu estou de acordo com o teu texto. Contudo, para mim, claro, não há pior despedida que a da adolescência.
    Quando não nos deixam ser loucos e atribuem-nos responsabilidades, isto não só é uma má despedida, como é o fim da bondade, da solidariedade mas, sobretudo, da amizade.
    O compromisso é o maior inimigo da humanidade.
    Tenho a certeza que me entendes.
    Abraços.

    David Santos

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