sábado, 25 de outubro de 2008

"Digo, se "constroi" porque acho que, toda vez é uma nova construção, como se durante a noite tudo tivesse se reduzido a cinzas e fosse preciso recomeçar do zero. Assim se vive a vida de homem, no nosso universo: é preciso reconstruir sem parar a própria identidade de adulto, essa montagem capenga e efêmera, tão frágil, que reveste o desespero e que, quando se está sozinho olhando para o espelho, conta a mentira em que se deve acreditar." Encontrei esse trecho no livro A Elegância do Ouriço da francesa Muriel Barbery, trecho de extrema relevância para o mundo e o projeto de sociedade que vivemos hoje, sim, pois as pessoas cada vez mais se utilizam de máscaras e rótulos para conviver em sociedade e alcançar seus objetivos, quer sejam pessoais ou profissionais.
"Nunca mais abro a janela do meu quarto...num dia cinza...sei que o sol fica dormindo atrás dos nuvens..não ilumina...nem penso muito no que pode acontecer..enquanto arrumo, todas as coisas que eu sinto...o meu passado e o meu destino...." Acústicos e Valvulados

terça-feira, 14 de outubro de 2008

“Custa tanto ser uma pessoa plena, que muito poucos são aqueles que têm a coragem de pagar o preço... É preciso abandonar por completo a busca da segurança ..e correr o risco de viver com os dois braços. É preciso abraçar o mundo como um amante. ..é preciso aceitar a dor como condição da existência.. é preciso cortejar a dúvida e a escuridão como preço do conhecimento. É preciso ter uma vontade obstinada no conflito, mas também uma capacidade de aceitação total de cada consequência do viver e do morrer.." Morris West
Voar nada mais é que uma terapia, ou melhor voar equivale a anos de terapia. Voar representa um encontro entre você a e pessoa do outro lado do espelho, é você frente a tua capacidade, a tua persistência e sobretudo frente a tua fraqueza. Devido ao desafio enfrentado pude perceber e medir minha capacidade e força de vontade obstinada, assim, valentemente cheguei ao dia do meu voo solo, com uma tranquilidade que jamais imaginei ter para tirar um avião do chão e claro, colocá-lo de volta, são e salvo, sem avarias, e com flape inteiro, para alegria da torcida. Quase ninguém viu, a cidade não parou meu coração não disparou e não suei frio, tudo ocorreu com uma tranquilidade que só a experiência e a confiança podem garantir e como disse alguém, a experiência é um farol voltado para dentro, ninguém pode fazer por ti, as outras pessoas simplesmente podem ajudar e possibilitar, mas é uma ação pessoal, da pessoa frente a ela mesma. Hoje, nenhuma grande comemoração, a não ser o tradicional banho de óleo, mas por dentro, estou em festa

Sexo Frágil

Há séculos que as protagonistas do termo sexo frágil somos nós mulheres. Há anos somos vistas como sensíveis, românticas, idealistas, e fracas muitas vezes tanto física como emocionalmente. Os homens - o sexo forte - esses sempre desempenharam aquele papel de patriarcas, de durões e claro aqueles que nunca nem sequer souberam o quão salgada uma lágrima pode ser. Mas eu me pergunto até que ponto esses paradigmas podem ser utilizados e são efetivos hoje em dia,sim pois se formos falar em termos de profissão hoje em dia as mulheres sustentam a casa, pilotam avião, e tem mulher que até já foi pro espaço. Existem homens que cozinham, lavam, passam, enfim, será que os papéis se inverteram? não, pois não há nada que um homem faça que uma mulher não possa fazer e vice e versa. Mas vamos falar em questões afetivas, o que mais me chama atenção é que na verdade os homens parecem estar sendo vítimas de uma epidemia, muito bem caracterizada por Martha Medeiros como vulgaridade afetiva (muitos parceiros (a), pouco afeto). Os homens o sexo forte, não sabem lidar com sentimentos e com sua carência, carência essa presente em todo ser humano. Assim partem à uma busca incansável, sem precedentes por prazer e tentam preencher a todo o custo a lacuna da sua carência, a lacuna da sua sexualidade. Não entraremos no mérito de opção sexual, embora muitas das opções sexuais alternativas, refletem o tema abordado aqui. O que mais me espanta não é a opção e sim a maneira como a ocultam e continuam vivendo falsamente, na sociedade. A postura das mulheres hoje em dia me soa muito mais consciente e madura, isso é, as mulheres tem se posicionado (salvo excessões), de forma mais independente, mais concisa, mais responsável, a mulher do século XXI deixou de ser a simples Amélia de tempos atrás, e agora tem muitos outros nomes, é multi-facetada. Hoje em dia, as mulheres preferem a cabeça ao invés de um traseiro, os homens perdem a cabeça por um.